Brasil

Lula viaja ao Sudeste Asiático para encontros com líderes e fortalecimento de relações comerciais

Presidente participará de cúpulas da Asean e do Leste Asiático, além de reuniões bilaterais na Indonésia e na Malásia; há expectativa de encontro com Donald Trump

Foto: Ricardo Stuckert | PR. 

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta terça-feira (21) para o Sudeste Asiático, onde fará visitas oficiais à Indonésia e à Malásia. A viagem inclui participações nas cúpulas da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e do Leste Asiático (EAS), além de reuniões bilaterais com líderes estrangeiros.

Entre os compromissos previstos, há a possibilidade de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também deve participar das reuniões — embora a agenda ainda não tenha sido confirmada. Lula retorna ao Brasil no dia 28.

De acordo com o Itamaraty, o principal objetivo da viagem é aproximar politicamente o Brasil dos países da região e ampliar o comércio bilateral.

“É a primeira vez que um presidente brasileiro participa, como convidado, de uma cúpula da Asean”, afirmou o embaixador Everton Frask Lucero, diretor do Departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Itamaraty.

Importância econômica e diplomática

A Asean foi fundada em 1967 por Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia e reúne atualmente dez países-membros, além do Timor-Leste, que será formalmente admitido durante a cúpula.

Juntos, os países somam mais de 680 milhões de habitantes e um PIB agregado de cerca de US$ 4 trilhões, o que representa a quarta maior economia do mundo em termos combinados.

Segundo Lucero, o comércio entre o Brasil e os países da Asean ultrapassou US$ 37 bilhões em 2024, e o bloco já é o quinto principal parceiro comercial brasileiro, atrás apenas de China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina.

“Os países da Asean responderam por mais de 20% do superávit comercial do Brasil no ano passado, com saldo favorável de US$ 15,5 bilhões”, informou o Itamaraty.

Agenda na Indonésia

A primeira parada de Lula será em Jacarta, capital da Indonésia, onde desembarca na quarta-feira (22). A visita tem caráter de retribuição diplomática à viagem do presidente indonésio Prabowo Subianto, que esteve no Brasil em julho, logo após a Cúpula do Brics.

Na quinta-feira (23), Lula participa da cerimônia oficial de recepção no Palácio Presidencial da Indonésia, seguida de reunião privada com Subianto e assinatura de acordos de cooperação, incluindo um memorando sobre energia renovável.

“A Indonésia é a terceira maior democracia do mundo e a principal economia da Asean. Temos buscado uma parceria estratégica em temas como agricultura, bioenergia e defesa”, disse Lucero.

Lula também participará de um fórum empresarial com cerca de 100 empresários brasileiros e indonésios, além de se reunir com o secretário-geral da Asean, Kao Kim Hourn, antes de seguir para Kuala Lumpur, na Malásia.

Compromissos na Malásia

Na Malásia, a agenda começa no sábado (25), com reunião oficial com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim. Os dois países devem assinar acordos nas áreas de semicondutores, ciência e energia renovável.

No mesmo dia, Lula receberá o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional da Malásia, onde fará um discurso sobre as relações políticas e culturais entre o Brasil e a Ásia.

No domingo (26), o presidente participa da 47ª Cúpula da Asean e de eventos empresariais com representantes do bloco e do setor privado brasileiro.

À tarde, estão previstos encontros bilaterais com outros líderes, incluindo o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

Cúpula do Leste Asiático

Na segunda-feira (27), Lula encerrará a viagem com a participação na 20ª Cúpula do Leste Asiático (EAS), também em Kuala Lumpur. O fórum reúne 18 países, incluindo China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia, EUA, Austrália e Nova Zelândia.

Segundo o Itamaraty, o evento será uma oportunidade para o presidente reforçar a presença diplomática do Brasil na Ásia e defender o multilateralismo, além de ampliar o diálogo sobre comércio, meio ambiente e segurança global.

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