Rio de Janeiro – Homem ignorante e inculto, Bolsonaro tinha como propósito de seu governo acabar com a arte, a literatura e a cultura no Brasil.
Uma das principais metas do governo do mito era acabar com a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Durante seu mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou publicamente, em diversas ocasiões, a intenção de acabar com o cinema nacional.
Por isto, causou estranheza a notícia de que bolsonaristas se uniram para fazer um filme sobre a vida de Bolsonaro. Uma pornochanchada? Uma comédia pastelão? Um pornô? É esperar pra ver.
A idéia do filme ‘Dark Horse’ (O Azarão), partiu de um grupo de extrema direita que já estava cansado de Bolsonaro só ser mostrado na TV como mau. Acham que já está na hora de os jornalistas pararem de procurar só o lado ruim do mito.
A idéia de levar para a tela dos cinemas a história do ex-presidente Bolsonaro não foi tão fácil como os produtores pensavam. Achar coisas boas nos quatro anos de governo de Bolsonaro, tem sido o pior desafio da produção.
Os problemas começaram com a escolha do roteirista. Foram contatados roteiristas da Universal, Walt Disney, Warner Brothers, Paramount e Columbia Pictures, e, apesar do alto salário oferecido, nenhum deles aceitou. Robert Klane, roteirista de ‘Um Morto Muito Louco’, o único que aceitou pensar no caso, foi recusado por Bolsonaro.
- Que morto que nada!? Eu tô é muito vivo. É só me soltarem que eu começo a campanha para a eleição de 2026, taoquei? Make Brasil great again! - gritou.
O jeito, então, foi convidar o ex-ator de Malhação, Mário Frias que, mesmo sendo péssimo ator e não tendo nenhuma experiência como roteirista, é tão baba-ovo do ex-presidente, que é capaz de transformar a vida medíocre, banal e insignificante do político Jair Messias Bolsonaro, na saga de Mahatma Gandhi, o líder espiritual e político que liderou o movimento de independência da Índia contra o domínio britânico através da resistência pacífica.
A escolha dos atores também não foi nada fácil.
O ator italiano Luca Lionello, que fez o papel de Judas Iscariotes no filme ‘A Paixão de Cristo’, de Mel Gibson, era o mais cotado para viver Bolsonaro na trama, mas foi recusado pela produção para evitar que o nome de Bolsonaro fosse ligado a Judas. O escolhido, então, foi Jim Caviezel, ator americano que alcançou fama internacional ao interpretar Jesus Cristo na trama.
- Bem melhor, taoquei? Esse daí é bonito e imbrochável, como eu. - afirmou Bolsonaro.
O ator Marcus Ornellas (brasileiro radicado no México) foi escalado para interpretar o senador Flávio Bolsonaro. Outro nome envolvido na produção é o de Edward Finlay - conhecido por sua participação em "Bad Boys II" - que viverá o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Thammy Gretchen interpretará Carlos Bolsonaro, o Carluxo. O ator que interpretará Renan Bolsonaro ainda não foi escolhido pela produção. A dificuldade na escolha está em achar um ator que interprete um personagem com baixos padrões cognitivos. A atriz que interpretará Michelle Bolsonaro será uma mexicana (o nome ainda não foi divulgado) oriunda de uma família disfuncional cuja mãe é falsária, a avó traficante e o tio pedófilo. No entanto, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
A direção fica a cargo do norte-americano Cyrus Nowrasteh, conhecido por produções que dialogam com temas religiosos e políticos. Entre seus trabalhos mais conhecidos está ‘O Jovem Messias’.
Mas, o pior foi escrever o enredo do filme. Inspirado (dizem) nas crônicas da obra ‘O Livro Verde e Amarelo de Bolsonaro’, a primeira coisa a ser mudada foi a figura estereotipada de Jair Messias Bolsonaro. De genocida, golpista, terraplanista e negacionista, a direção teve muito trabalho para transformar o mito do soluço no homem que veio para salvar o Brasil dos comunistas.
Outra imagem frequentemente associada a Bolsonaro que a direção do filme vai teve que mudar foi a de misógino, racista e homofóbico. Para isto, frases com os slogans ‘Deus, pátria e família’ e ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’, aparecem com frequência em varias cenas do filme.
Outra mancha que prejudica o bolsonarismo intolerante, paranóico e descompensado é o uso da religião como instrumento de alienação. Por isso as cenas com bolsonaristas com celular na cabeça pedindo ajuda a extraterrestres para reverter o resultado da eleição e rezando para pneus, foram cortadas do roteiro.
A super-produção, que pretende revisitar a campanha presidencial de 2018 e a trajetória do ex-mandatário na presidência do país, tem estréia prevista para 2026.
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