Brasil

Moraes mantém prisão domiciliar de Bolsonaro e cita risco de fuga

Ministro do STF rejeita pedido da defesa e afirma que o ex-presidente descumpriu medidas cautelares impostas pela Justiça

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR. 

Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (13) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para revogar a prisão domiciliar e outras restrições determinadas pela Corte.

Na decisão, Moraes afirmou que há “fundado receio de fuga do réu” e lembrou o “reiterado descumprimento das cautelares”, mantendo a medida como forma de garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.

Prisão domiciliar e investigações

Bolsonaro cumpre prisão preventiva domiciliar no inquérito que investiga obstrução de Justiça e ameaças ao Estado Democrático de Direito. Ele usa tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com embaixadores, usar redes sociais ou receber visitas sem autorização do STF.

O caso está ligado a uma apuração sobre tentativas do ex-presidente e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de convencer o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra autoridades brasileiras.

Entre os alvos das pressões estaria o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que teve o visto de entrada nos EUA revogado. Segundo o Ministério Público, Bolsonaro e o filho admitiram publicamente buscar influenciar o Judiciário por meio de articulações no exterior.

Condenação e restrições

Além desse inquérito, Bolsonaro já foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, mas a pena ainda não começou a ser cumprida. O processo ainda está em fase de recursos, e o Supremo deverá definir em qual regime a pena será iniciada.

Enquanto isso, o ex-presidente segue em casa, monitorado por tornozeleira eletrônica e sujeito a todas as restrições impostas por Moraes.

O que disse a defesa

Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, que representam Bolsonaro, argumentaram que a Procuradoria-Geral da República (PGR) já apresentou denúncia no inquérito de obstrução de Justiça sem incluir o ex-presidente entre os acusados. Por isso, afirmaram que não haveria base legal para manter a prisão domiciliar.

Mesmo assim, o ministro rejeitou o pedido e decidiu manter todas as medidas em vigor.

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