Lula define plano para setores atingidos pelo tarifaço de Trump
Medidas de crédito e estímulo às compras públicas devem ser anunciadas até quarta-feira

Belo Horizonte - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, se reúnem na tarde desta segunda-feira (11) para fechar os últimos ajustes do plano de contingência destinado a socorrer setores brasileiros afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Alckmin lidera as negociações com autoridades norte-americanas e mantém diálogo direto com o setor produtivo nacional. A previsão é que o pacote seja anunciado até quarta-feira (13), com foco em linhas de crédito especiais para empresas mais impactadas e aumento das compras governamentais. A prioridade, segundo o governo, será atender pequenos produtores sem alternativas de mercado além das exportações para os Estados Unidos.
O plano também deve estabelecer um parâmetro técnico para mensurar os efeitos das tarifas sobre cada segmento da economia, levando em conta a participação das vendas ao mercado norte-americano.
A nova tarifa, de 50%, entrou em vigor no último dia 6 e atinge 35,9% dos produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, o que representa cerca de 4% das exportações totais do Brasil. A medida foi assinada pelo presidente norte-americano Donald Trump em 30 de julho, após articulações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defende sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras.
Apesar do impacto, cerca de 700 produtos ficaram de fora do aumento e continuam pagando tarifa de 10%. Entre eles estão suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo motores, peças e componentes. O governo brasileiro tenta ampliar essa lista como forma de reduzir os prejuízos.
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