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Lula diz esperar votação de Jorge Messias ao STF após recesso do Congresso

Presidente afirma que enviará indicação ao Senado e nega crise com Alcolumbre e Hugo Motta

Foto: Marcelo Camargo | ABR 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que espera que o Senado Federal analise e vote, no próximo ano, a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) após o fim do recesso parlamentar.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, depois de o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), cancelar o calendário que previa a sabatina de Messias ainda em dezembro. Segundo Alcolumbre, a decisão ocorreu porque a Mensagem Presidencial, documento formal que oficializa a indicação, ainda não havia sido enviada.

“Vou encaminhar a papelada toda do [Jorge] Messias. Eu sei que não será mais votado este ano, a gente vai ter que esperar a volta do Congresso Nacional. O Poder Judiciário vai entrar de férias, o Congresso vai entrar de férias, só quem não vai entrar de férias sou eu. Então, eu vou fazer com que, quando voltar do recesso, o nome do Messias esteja lá e eu espero que haja a votação”, afirmou Lula.

Disputa política e bastidores

O presidente comentou também o interesse de Alcolumbre em apoiar a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF. Lula classificou a movimentação como legítima, mas lembrou que tinha outros planos para o parlamentar mineiro.

“O Senado queria indicar o companheiro Pacheco, que é um companheiro que tem muito mérito, que é uma pessoa que eu gosto pessoalmente, que é uma pessoa que eu sonhei em fazer ser candidato para ganhar as eleições de Minas Gerais e ser governador de Minas Gerais”, disse.

Lula atribuiu parte do impasse à antecipação da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, o que, segundo ele, alterou o cenário político e provocou uma “confusão” sobre a sucessão na Corte.

“Não estava previsto, mas aconteceu um imprevisto. O Barroso pediu as contas do tribunal, se aposentou. Então, o companheiro Pacheco mudou de posição [sobre ser candidato a governador], e o companheiro Alcolumbre queria indicar, era um direito dele também. Houve essa confusão, mas eu continuo com o nome do Messias”, afirmou.

Defesa do indicado

O presidente voltou a defender publicamente a escolha de Jorge Messias, destacando sua experiência institucional.

“É uma pessoa altamente capacitada na relação com a Suprema Corte e será motivo de orgulho para o país”, declarou.

Relação com o Congresso

Lula também aproveitou a entrevista para negar qualquer crise com a cúpula do Congresso Nacional. Ele elogiou a relação com Davi Alcolumbre e com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Não tem nada pessoal entre eu e o companheiro Alcolumbre. Eu sou amigo dele, gosto pessoalmente dele. Ele tem nos ajudado de forma extraordinária a aprovar grande parte das coisas que a gente quer aprovar. Não existe nenhuma crise entre eu e o Alcolumbre, nem entre eu e o Hugo Motta”, afirmou.

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