Energia elétrica puxa prévia da inflação de setembro, que sobe 0,48%
IPCA-15 aponta forte impacto da conta de luz; alimentos têm queda pelo quarto mês consecutivo

Belo Horizonte - A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,48% em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, o indicador havia marcado -0,14%, e em setembro de 2024 a taxa foi de 0,13%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação soma 5,32%, acima do teto da meta do governo, que é de 4,5%.
O principal fator de pressão veio da energia elétrica residencial, que subiu 12,17% em setembro e representou o maior impacto individual entre os 377 itens pesquisados pelo IBGE. Sozinha, a conta de luz respondeu por 0,47 ponto percentual do índice do mês.
Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pelo fim do chamado Bônus Itaipu — desconto concedido em agosto para mais de 80 milhões de consumidores — e pela cobrança da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 Kwh consumidos.
“A alta da energia elétrica foi determinante para o resultado do mês, representando praticamente todo o impacto no índice”, destacou o instituto.
Grupos em alta e em queda
Cinco dos nove grupos pesquisados tiveram alta em setembro:
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Habitação: 3,31%
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Vestuário: 0,97%
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Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
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Despesas pessoais: 0,20%
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Educação: 0,03%
Por outro lado, transportes (-0,25%), alimentação e bebidas (-0,35%), artigos de residência (-0,16%) e comunicação (-0,08%) apresentaram recuos.
Alimentos caem pelo quarto mês seguido
A alimentação no domicílio recuou 0,63%, com destaque para o tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). Já as frutas tiveram alta de 1,03%.
Fora do domicílio, a alta foi de 0,36%, abaixo dos 0,71% registrados em agosto, indicando desaceleração no segmento.
Diferença entre IPCA e IPCA-15
O IPCA-15 é considerado uma prévia do IPCA, índice que baliza a política de metas do governo. A diferença está no período de coleta — de 15 de agosto a 15 de setembro, no caso da prévia — e na abrangência geográfica. O IPCA coleta preços em 16 regiões, enquanto o IPCA-15 cobre 11 localidades metropolitanas, além de Brasília e Goiânia.
O dado “cheio” de setembro será divulgado em 9 de outubro.
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