Brasil

Lula encerra Cúpula do Clima em Belém com apelo por ações concretas contra o aquecimento global

Evento reuniu líderes de mais de 70 países e reforçou compromissos em torno da transição energética e do financiamento climático antes da COP30

A Cúpula do Clima, realizada em Belém (PA), chega nesta sexta-feira (7) ao seu segundo e último dia com uma pauta voltada à transição energética, ao financiamento de ações climáticas e ao reforço dos compromissos assumidos no Acordo de Paris. O encontro antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, também na capital paraense.

Mais de 70 países participaram da cúpula, entre chefes de Estado, ministros, representantes de alto nível e diplomatas — o que fez de Belém o principal centro das discussões globais sobre clima e sustentabilidade nesta semana.

Na abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um chamado à comunidade internacional por ações concretas para conter o avanço do aquecimento global. “A COP30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, afirmou Lula.

O presidente também aproveitou o evento para lançar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF), voltado à preservação das florestas tropicais e à cooperação entre países amazônicos. O fundo já conta com US$ 5,5 bilhões iniciais, segundo o governo brasileiro.

A cerimônia contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas). O objetivo, segundo o Planalto, é financiar políticas públicas que conciliem proteção ambiental, justiça climática e desenvolvimento sustentável.

Debates e agenda internacional

Nesta sexta, Lula retoma reuniões bilaterais com líderes como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. As conversas devem tratar de cooperação internacional, energia limpa e financiamento climático.

Foto: Tânia Rêgo | ABR. 

Durante a manhã, os líderes voltaram à Zona Azul, espaço reservado às delegações oficiais e à imprensa credenciada, para a tradicional foto de família e a sequência de discursos temáticos. Entre os principais temas estão:

  • Transição energética justa, com foco na redução da dependência de combustíveis fósseis;

  • Financiamento climático, que busca ampliar recursos de países desenvolvidos para apoiar nações em desenvolvimento;

  • Os 10 anos do Acordo de Paris e a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

O governo brasileiro tem defendido que a transição verde deve estar atrelada à redução das desigualdades e à valorização das florestas tropicais, especialmente a Amazônia.

Legado e expectativas para a COP30

A Cúpula do Clima tem servido como preparação política e diplomática para a COP30, que será realizada também em Belém, de 10 a 21 de novembro. O encontro global deve reunir cerca de 60 mil participantes e marcar uma década desde a assinatura do Acordo de Paris (2015).

Segundo o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o planeta está cada vez mais distante de alcançar a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, o que exige medidas urgentes e coordenadas.

Para o governo brasileiro, a cúpula deixa claro que sem cooperação internacional e financiamento adequado, será impossível reverter o cenário climático atual. “A crise do clima, por sua natureza global e interdependente, só pode ser enfrentada por meio da cooperação e do fortalecimento do multilateralismo”, tem repetido Lula em seus discursos.

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