Economia

Inflação desacelera em outubro e tem menor taxa para o mês desde 1998, aponta IBGE

Queda na energia elétrica puxou o índice para baixo; IPCA acumulado em 12 meses fica em 4,68%

Foto: Joedson Alves/ABR. 

A inflação oficial do país registrou forte desaceleração em outubro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,09% no mês, o menor resultado para outubro em 26 anos. Em setembro, a variação havia sido de 0,48%.

Com o dado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados no período anterior. Apesar da queda, o índice segue acima do teto da meta definida pelo governo, de 4,5%.

Energia mais barata

O principal fator de alívio veio da conta de luz, que caiu 2,39% e reduziu o IPCA em 0,1 ponto percentual. O recuo foi influenciado pela troca da bandeira tarifária vermelha patamar 2 pela vermelha patamar 1, que reduziu a cobrança adicional de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, sem a queda na energia, o índice do mês teria ficado em 0,20%.

Alimentação estável

O grupo alimentação e bebidas, que tem grande peso no orçamento das famílias, ficou praticamente estável, com variação de 0,01%. Entre os destaques, o arroz recuou 2,49% e o leite longa vida, 1,88%, enquanto a batata-inglesa subiu 8,56% e o óleo de soja, 4,64%.

Outros grupos

Veja o desempenho dos principais grupos pesquisados:

  • Habitação: -0,30%

  • Transportes: 0,11%

  • Saúde e cuidados pessoais: 0,41%

  • Despesas pessoais: 0,45%

  • Vestuário: 0,51%

As maiores altas individuais foram do aluguel residencial (0,93%) e da passagem aérea (4,48%), ambos com impacto de 0,03 ponto percentual no índice.

Juros e meta

Mesmo com a desaceleração, o IPCA segue acima da meta do governo pelo 13º mês consecutivo. O Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano — o maior nível desde 2006 — para conter a pressão sobre os preços.

O boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (10), projeta inflação de 4,55% para 2025 e manutenção da Selic no mesmo patamar até o fim do ano.

Contexto e alcance

O IPCA mede a variação de preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos. A pesquisa abrange 16 capitais e regiões metropolitanas do país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Brasília.

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