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STF interroga militares e PF acusados de planejar ações da trama golpista

Último grupo de réus do caso, chamado “Núcleo 3”, inclui membros do Batalhão de Forças Especiais, os chamados “kids pretos”

primeira turma do stf
Rosinei Coutinho/STF - 

Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na manhã desta segunda-feira (28), os interrogatórios do último grupo de réus no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A audiência é conduzida por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

O chamado Núcleo 3 da denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), é formado por onze militares do Exército e um policial federal. Parte desses militares integrava o Batalhão de Forças Especiais, conhecido informalmente como “kids pretos”, grupo treinado para ações de alta complexidade e sigilo.

Acusações e contexto

Todos os réus respondem por uma série de crimes graves:

  • Organização criminosa armada;

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • Golpe de Estado;

  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça;

  • Deterioração de patrimônio tombado.

Segundo a PGR, o grupo atuava com “ações táticas” para viabilizar a tentativa de golpe. Entre essas ações, estão incluídas o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por estarem na condição de réus, os interrogados têm o direito de permanecer em silêncio diante das perguntas da acusação ou do relator.

A denúncia da PGR foi organizada em quatro núcleos. Os interrogatórios dos réus dos núcleos 1, 2 e 4 já foram realizados. O mais avançado é o do Núcleo 1, que inclui Bolsonaro e outros sete acusados, e já está na fase de alegações finais, com julgamento previsto para setembro.

Réus interrogados nesta segunda-feira (28)

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel)

  • Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel)

  • Estevam Theophilo (general)

  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel)

  • Hélio Ferreira (tenente-coronel)

  • Márcio Nunes De Resende Júnior (coronel)

  • Nilton Diniz Rodrigues (general)

  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)

  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)

  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)

  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)

  • Wladimir Matos Soares (policial federal)

As audiências ocorrem por videoconferência e são parte fundamental da fase de instrução processual, que antecede a decisão final do STF sobre a culpa ou inocência dos acusados.

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