Oito ministros do STF têm visto dos EUA revogado; indicados por Bolsonaro ficam de fora
Sanção do governo Trump ocorre após operação da PF contra Bolsonaro e atinge ministros que julgarão o ex-presidente

Brasília - O governo dos Estados Unidos, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, revogou os vistos de entrada no país de oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, anunciada na noite de sexta-feira (18), também abrange familiares dos magistrados e ocorre um dia após a Polícia Federal impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Rubio, os alvos da medida são “aliados” de Moraes na Corte, muitos dos quais devem participar do julgamento de Bolsonaro, previsto para ocorrer na Primeira Turma do STF, a partir de setembro.
Ministros do STF com visto revogado:
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Alexandre de Moraes
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Luís Roberto Barroso
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Gilmar Mendes
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Cármen Lúcia
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Dias Toffoli
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Edson Fachin
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Cristiano Zanin
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Flávio Dino
Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino estão escalados para compor a Turma responsável por julgar Bolsonaro na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Ministros poupados pela medida:
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André Mendonça
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Kassio Nunes Marques
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Luiz Fux
Mendonça e Nunes Marques foram indicados por Jair Bolsonaro ao Supremo e são considerados alinhados ao ex-presidente. Já Fux, embora não tenha sido nomeado por Bolsonaro, tem decisões elogiadas por bolsonaristas, como ao colocar em dúvida a eficácia da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Planalto.
A decisão do governo norte-americano é vista nos bastidores como resultado direto da atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Licenciado do mandato parlamentar desde março, o deputado tem promovido articulações em Washington para obter apoio contra o Supremo e pressionar pela imposição de sanções ao Brasil.
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