
Brasília - A expectativa do mercado financeiro para a inflação em 2025 caiu de 5,5% para 5,46%, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central. Apesar da leve melhora, a projeção ainda ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de até 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, o limite superior é de 4,5%.
Para os anos seguintes, as previsões permanecem estáveis: 4,5% para 2026, 4% para 2027 e 3,85% para 2028.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, fechou abril com alta de 0,43%, segundo o IBGE. O índice vem desacelerando desde fevereiro, quando atingiu 1,31%, e acumula alta de 5,53% nos últimos 12 meses — pressionado, principalmente, pelo aumento nos preços de alimentos e medicamentos.
Juros e Selic
Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 14,75% ao ano. A taxa vem sendo elevada desde o início de um ciclo de aperto monetário e chegou a esse patamar após novo aumento de 0,5 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O cenário global incerto e a alta nos preços da energia e alimentos pesaram na decisão.
O mercado prevê que a Selic termine 2025 nesse mesmo nível. Para os anos seguintes, as expectativas são de queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
O Copom ainda não sinalizou qual será a estratégia para os próximos meses, mas indicou que o ambiente de incertezas exige prudência tanto em novas decisões de ajuste quanto na permanência dos juros elevados.
PIB e câmbio
Em relação à economia, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi ligeiramente ajustada de 2,14% para 2,13%. Para 2026, a expectativa subiu de 1,7% para 1,8%, enquanto para 2027 e 2028 a previsão é de crescimento de 2% ao ano.
O desempenho positivo do primeiro trimestre, puxado pela agropecuária, influenciou os números. Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 1,4% nos três primeiros meses de 2025. Em 2024, o PIB havia fechado com expansão de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento.
Já a previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,80 até o fim de 2025. Em 2026, o valor projetado sobe para R$ 5,90.
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