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Palmeiras faz 2 a 0 e decreta rebaixamento do Cruzeiro à Série B

Raposa terminou a competição em 17º lugar, com apenas 36 pontos, três a menos que o Ceará

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Torcida lamenta a queda do time para série B do Campeonato Brasileiro. (Felipe Correia/Photo Premium/Folhapress)

Em partida tensa, o Palmeiras supera o Cruzeiro em pleno Mineirão e decreta o primeiro rebaixamento da Raposa em sua história. Prestes a completar 99 anos, o clube mineiro não resistiu a pressão imposta pelos escândalos extracampo, que somados à péssimas atuações dentro das quatro linhas, foram determinantes na queda do time celeste. Torcendo pelo tropeço do Ceará e precisando de uma vitória em casa, o Cruzeiro foi facilmente dominado pelo Palmeiras que venceu a partida por 2 a 0 com gols de Zé Rafael e Dudu. 

Ainda no primeiro tempo os torcedores celestes tiveram as esperanças de permanência na elite do futebol renovadas. Isso porque na outra partida, o Botafogo seguia vencendo o Ceará e com esse resultado dependia apenas do Cruzeiro fazer a sua parte. Logo que o Botafogo abriu o placar, o Mineirão inteiro comemorou como se fosse um gol do Cruzeiro e isso parece ter acordado os jogadores em campo que passaram a buscar o gol com mais intensidade. Porém, a falta de criatividade do ataque falava mais alto e o primeiro tempo terminou com o jogo empatado. Os times foram para os vestiários e a esperança do torcedor cruzeirense era que a equipe voltasse na etapa complementar mais disposta em buscar a vitória.

Porém, o segundo tempo começou e novamente o que se via em campo era um time assustado, errando inúmeros passes e insistindo em jogadas que paravam na defesa palmeirense. Sem conseguir se encontrar em campo o Cruzeiro acabou dando espaço para o Palmeiras fazer o seu jogo, e aos 11 minutos, depois de bela jogada de Dudu, o Palmeiras abriu o placar com Zé Rafael. Para piorar ainda mais a situação, pouco depois de sofrer o gol o Cruzeiro recebeu a notícia de que o Ceará acabara de empatar no Rio de Janeiro. O silêncio tomou conta do Mineirão. O nervosismo e a apreensão eram evidentes no rosto de cada jogador e torcedor presente no estádio. No fim, coube a Dudu, revelado na base do Cruzeiro, marcar o segundo gol que selou de vez o destino do clube mineiro.

Após o segundo gol teve início um princípio de tumulto e torcedores revoltados começaram a quebrar cadeiras que foram arremessadas para dentro de campo. Houve muito corre-corre e algumas tentativas de invasão, com isso, o jogo precisou ser paralisado aos 40 minutos da etapa final. O clima ficou pesado, com bombas sendo jogadas nas arquibancadas. Câmeras de TV flagraram um torcedor saindo carregado, aparentemente machucado, enquanto outro era atendido na arquibancada.  A Polícia Militar precisou intervir e como não havia mais condições de segurança, o árbitro Marcelo de Lima Henrique encerrou a partida. A administração do Mineirão publicou mensagens no telão solicitando para que os torcedores evacuassem o estádio.

E assim, o Cruzeiro encerrou sua participação no Campeonato Brasileiro, amargando o primeiro rebaixamento em sua história. 

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O que levou a queda da Raposa?
O ano de 2019 vai ficar marcado para sempre na história do Cruzeiro de uma maneira que torcedor jamais queria. No entanto, a queda da Raposa é o resultado de uma sequência de desacertos no clube, dentro e fora das quatro linhas. 

Sérios problemas financeiros, uma crise administrativa sem precedentes, denúncias de irregularidades da diretoria e outra série de fatores resultaram em investigações policiais. A pressão interna provocou a queda do vice- presidente de futebol, Itair Machado, assim como o diretor-geral Serginho que pediu demissão. O presidente Wagner Pires de Sá escapou graças a uma manobra, quando colocou o ex-presidente Zezé Perrella no comando do futebol, já na reta final.

Em campo, o que se viu foi um elenco milionário que não deu retorno esperado. Em meio aos desmandos o clube teve nada menos que quatro treinadores no Brasileiro: Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista. 

Uma campanha medíocre, somada a todos esses fatores não poderia ter outro resultado: o rebaixamento.

Agora o clube terá que rever suas prioridades e planejar como será o comportamento do time em 2020, já que o rebaixamento traz consigo uma queda substancial nas receitas do Cruzeiro que vão passar de R$ 70 milhões para R$ 10 milhões na próxima temporada.

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