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Valdemar Costa Neto sugere candidatura de Luiz Fux ao Senado pelo PL

Ministro do STF é elogiado por bolsonaristas, que enxergam em seu voto no julgamento da trama golpista aceno político semelhante ao caso Sérgio Moro

valdemar costa neto
Foto: Marcello Casal Jr / ABR. 

Belo Horizonte - O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser candidato ao Senado Federal. A declaração foi feita em entrevista à jornalista Edilene Lopes, da rádio Itatiaia, e confirmada à CNN nesta quinta-feira (11).

Segundo Valdemar, há integrantes do PL no Rio de Janeiro que já manifestaram interesse em lançar o nome de Fux.

“Ele [Fux] vai se aposentar daqui dois anos e ele pode ser senador, mas não sei se ele tem interesse nisso”, disse o dirigente.

Valdemar também elogiou a atuação de Fux no julgamento da chamada trama golpista, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu. Para ele, o voto do ministro foi um “show” e uma “verdadeira aula de direito”.

“Com o voto do ministro Fux ontem [quarta-feira] , que deu um show no STF, já tem gente me ligando do Rio de Janeiro para convidá-lo a ser candidato ao Senado pelo Rio. Eu quero dizer que temos esperança que esse pessoal entre na linha. O Fux deu uma verdadeira aula de direito. O Bolsonaro está sendo injustiçado. Vai ser uma guerra daqui para frente”, declarou Valdemar.

Voto polêmico no STF

Após 14 horas de sessão, Fux votou pela absolvição de Jair Bolsonaro de todos os crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro, no entanto, defendeu a condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do ex-ministro Walter Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

No mesmo voto, absolveu o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Contexto histórico: o caso Moro

O episódio traz à memória a trajetória do ex-juiz federal Sérgio Moro, que ganhou notoriedade ao conduzir o julgamento do então ex-presidente Lula, posteriormente declarado parcial pelo Supremo. O caso abriu caminho para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Moro aproveitou a notoriedade para assumir o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro e, depois, se eleger senador.

Analistas políticos avaliam que o voto de Fux, fortemente defendido por bolsonaristas, está sendo interpretado como um gesto de aceno ao grupo político o que poderia facilitar a entrada do ministro na disputa, defendendo a tese do ex-presidente. O paralelo com Moro reforça a percepção de que decisões judiciais podem ter impactos políticos significativos no país.

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