Brasil

Flávio Dino pede investigação da PF sobre ameaças recebidas após voto contra Bolsonaro no STF

Ministro relatou ofensas graves pelas redes sociais e citou riscos de violência após pressões externas e discursos distorcidos

ministro Flavio Dino
Foto: Sophia Santos/STF. 

Brasília - O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quarta-feira (10) que a Polícia Federal (PF) investigue ameaças recebidas contra sua vida e integridade física após o voto que proferiu na véspera pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus no processo sobre a trama golpista das eleições de 2022.

Em ofício enviado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Dino relatou ter sido alvo de “ameaças graves” pelas redes sociais. Uma das mensagens, segundo o ministro, fazia referência ao incêndio que matou a esposa do ex-primeiro-ministro do Nepal, durante protestos que resultaram na renúncia de K.P. Sharma Oli.

“Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos – a exemplo de ataques ao edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas”, afirmou Dino.

O ministro lembrou ainda de outro episódio recente: no dia 1º de setembro, uma mulher tentou agredi-lo durante voo entre São Luís e Brasília. A acusada, cujo nome não foi divulgado, foi indiciada pela PF por injúria e incitação ao crime.

O voto de Dino

Na sessão de terça-feira (9), Dino votou pela condenação de todos os oito réus da ação penal. O ministro destacou que houve atos executórios concretos para a tentativa de golpe e afirmou que as penas devem ser maiores para Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, a quem atribuiu papel de liderança na trama.

Ele também criticou pressões externas, citando ameaças atribuídas ao governo do presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil e ministros da Corte. Dino reforçou que os crimes em julgamento não podem ser objeto de anistia.

Comentários