Economia

Mercado reduz projeção de inflação para 2025, mas índice segue acima da meta do BC

Boletim Focus aponta queda pelo 11º recuo consecutivo nas expectativas do IPCA

Foto: Marcello Casal Jr/ABR 

Brasília - O mercado financeiro voltou a revisar para baixo a projeção de inflação para 2025, mantendo uma trajetória de queda há onze semanas. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,07% para 5,05%. Há um mês, a projeção estava em 5,17%.

Mesmo com o recuo, o índice estimado para o próximo ano permanece acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%. A meta central é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2026, a estimativa de inflação ficou em 4,41% – mantendo estabilidade nas últimas quatro semanas. Já para 2027, a expectativa é de 4%.

O IPCA acumulado em doze meses está em 5,35%, completando seis meses seguidos acima do teto da meta. Pela regra vigente desde 2024, esse cenário obriga o presidente do Banco Central a enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda detalhando as causas do descumprimento, as medidas para reverter o quadro e o prazo para que os índices retornem ao limite estipulado.

Juros e política monetária
A taxa básica de juros, a Selic, está mantida em 15% ao ano, patamar que o mercado projeta como estável até o fim de 2025. Para 2026 e 2027, as estimativas permanecem em 12,50% e 10,50%, respectivamente. O Comitê de Política Monetária (Copom) não descarta um eventual aumento da Selic caso fatores externos, como a política comercial dos Estados Unidos, pressionem a inflação.

PIB e câmbio
O crescimento da economia para 2025 foi ligeiramente revisado para baixo, passando de 2,23% para 2,21%. Para 2026 e 2027, as projeções seguem em 1,87% e 1,93%.

Em relação ao dólar, a previsão para o fim de 2025 é de R$ 5,60, estável há uma semana. Para os dois anos seguintes, a expectativa é de R$ 5,70.

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