Brasil

“Nenhum desconforto”, diz Gilmar Mendes sobre prisão domiciliar de Bolsonaro

​​​​​​​Decano do STF defende Moraes e diz que ação evitou “pântano institucional”

gilmar mendes
José Cruz / ABR - 

Brasília - O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (6) que não há qualquer mal-estar dentro da Corte em relação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na última segunda-feira (4).

Segundo Gilmar, “não há desconforto algum” e Moraes tem “a confiança e o apoio” dos demais ministros.

“O Alexandre de Moraes tem toda a nossa confiança e o nosso apoio”, declarou o decano durante evento do Instituto Esfera Brasil, em Brasília.

Nos bastidores, circularam relatos de que ministros estariam incomodados com a condução da medida. Gilmar Mendes, porém, negou que Moraes esteja isolado ou que tenha tomado a decisão de forma solitária. “Não tem isolamento algum”, disse. “O Brasil teria se tornado um pântano institucional não fosse a ação de Moraes”, completou.

Acusações graves

Mendes também destacou a gravidade das acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontam uma suposta trama golpista envolvendo planos para sequestrar e assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

“Estamos falando de coisas sérias, não de um passeio no parque. Então é preciso que isso seja reconhecido”, disse o decano.

O inquérito foi aberto a partir de depoimentos de delatores, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente nega todas as acusações e classificou a prisão como “arbitrária”.

Prisão domiciliar e restrições

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde a noite de segunda-feira (4), por determinação de Alexandre de Moraes. A decisão também incluiu a apreensão de novos celulares do ex-presidente e impôs restrições de comunicação, como a proibição do uso de redes sociais e de aparelhos de terceiros.

Na decisão, Moraes alegou violação de medidas cautelares anteriores e classificou a conduta de Bolsonaro como "desrespeitosa ao Judiciário".

“A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico”, escreveu Moraes na decisão.

Inicialmente, Moraes havia permitido apenas visitas de advogados. No entanto, nesta quarta-feira (6), o ministro autorizou também a visita de familiares, incluindo filhos, cunhadas, netas e netos, sem necessidade de autorização prévia.

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