Polícia

Detento mata policial penal a tiros durante escolta em hospital de BH e tenta fugir usando farda da vítima

Agente Euler Pereira Rocha foi assassinado na madrugada deste domingo (3); criminoso foi capturado dentro de carro de aplicativo próximo ao hospital

Um policial penal de 42 anos foi morto a tiros por um detento na madrugada deste domingo (3), no Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O crime ocorreu durante uma escolta hospitalar e terminou com o criminoso tentando fugir usando a farda da vítima. O autor foi preso em flagrante dentro de um carro de aplicativo próximo ao local.

O agente assassinado foi identificado como Euler Oliveira Pereira Rocha, que atuava no sistema prisional de Minas Gerais. Ele acompanhava o detento Shaylon Cristian Ferreira Moreira, de 24 anos, que estava internado desde o último dia 27 para tratamento de saúde. No momento do crime, o preso pediu para ir ao banheiro, entrou em luta corporal com o policial, conseguiu roubar sua arma e atirou contra ele, atingindo a nuca e o tórax.

Euler morreu no local. Imagens de segurança mostram o detento deixando o hospital com a farda do agente, numa tentativa de se passar por policial. Já na rua, ele abordou uma moradora, alegando que precisava de ajuda porque sua mãe estava passando mal. Enganada, a mulher chamou um carro de aplicativo para o criminoso.

Durante o cerco montado pela Polícia Militar na região, o suspeito foi localizado e preso. Na mochila que levava, estavam três pistolas, munições e carregadores, além de pertences do agente morto. O motorista do carro afirmou aos policiais que não conhecia o homem e que, ao notar a aproximação da viatura, optou por parar o veículo, mesmo após o passageiro pedir que ele fugisse.

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Euller Rocha, policial penal foi morto em hospital durante escolta — Foto: Reprodução

Agente era empreendedor e celebrava nova conquista

Euler Pereira Rocha também era conhecido por seu lado empreendedor. Nas redes sociais, ele compartilhava fotos do Recanto Pittbull, um espaço de lazer que havia inaugurado recentemente em Justinópolis, em Ribeirão das Neves, onde morava. Em uma das publicações mais recentes, o agente comemorava a presença de clientes em todos os dias do fim de semana:

“Agradecer ao papai do céu, a ele toda honra e toda glória”, escreveu.

O policial será sepultado na manhã desta segunda-feira (4), em Ribeirão das Neves.

Sindicato cobra apuração e melhores condições de trabalho

O Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen-MG) cobrou respostas da Secretaria de Justiça sobre as condições da escolta. O presidente da entidade, Jean Ottoni, questionou o fato de Euler estar sozinho no momento do crime:

“Geralmente a escolta hospitalar é feita por dois policiais. Vamos apurar por que ele estava sozinho. A corregedoria já está tomando providências”.

Ottoni também denunciou a precariedade das condições de trabalho enfrentadas pelos policiais penais:

“Falta local adequado para higiene, troca de roupa, descanso. Já denunciamos isso. Não temos os mesmos direitos que a Polícia Militar ou o Exército, como o quarto de hora, por exemplo.”

Detento havia sido condenado por homicídio

Shaylon Cristian Ferreira Moreira, o detento que matou o policial, havia sido condenado por homicídio qualificado em março deste ano. O crime ocorreu em outubro de 2023, quando ele matou um homem a facadas, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele também responde por tráfico de drogas.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que instaurou procedimento interno para apurar o caso e lamentou a morte do agente. A Polícia Civil confirmou que o corpo de Euler foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) e que mais informações serão divulgadas após a conclusão da investigação.

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