Comunidade dos Arturos aguarda revalidação como patrimônio cultural em Minas
Reconhecida desde 2014, comunidade quilombola de Contagem celebra 50ª Festa da Abolição enquanto Conselho Estadual avalia continuidade do título de Patrimônio Cultural Imaterial

Belo Horizonte - Neste 13 de maio, data que marca a Abolição da Escravatura no Brasil, a Comunidade Quilombola dos Arturos, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, celebra não apenas a memória da libertação formal dos escravizados, mas também a continuidade de sua luta por reconhecimento e preservação cultural.
A comunidade, composta por cerca de 230 famílias descendentes de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais em 2014. Dez anos após esse reconhecimento, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) se prepara para reavaliar o título, processo que inclui a análise de um relatório elaborado em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a Prefeitura de Contagem.
A reavaliação é parte de um protocolo que verifica a continuidade das práticas culturais e as transformações ocorridas ao longo do tempo. Para marcar os 10 anos do reconhecimento, a comunidade realizou um seminário em novembro de 2024, destacando a resistência cultural e a implementação do Comitê de Salvaguarda, o primeiro do tipo em Minas Gerais.
No último fim de semana, os Arturos também celebraram a 50ª edição da Festa da Abolição, evento que reúne rituais religiosos, cortejos de congadeiros e encenações teatrais, reafirmando a importância da memória e da ancestralidade na luta contínua por igualdade e reconhecimento.
A revalidação do título de Patrimônio Cultural Imaterial é vista pela comunidade como um passo essencial para a continuidade de suas tradições e para o fortalecimento de políticas públicas que garantam a preservação de sua identidade cultural. A expectativa é que o Conep delibere sobre o assunto ainda este mês, reforçando o compromisso do estado de Minas Gerais com a valorização da cultura afro-brasileira.

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