Opinião

A violência humana de cada dia

Ilustração de Richard Duijnstee (Pixabay)

Caros leitores, é de se observar cada dia mais que a complexidade das relações políticas e de poder em todo mundo provocou e ainda provoca tamanha violência sobre a sociedade como um todo, aumentando cada vez mais a arrogância do ser humano em todos os segmentos da vida.  

Manifestações cotidianas, por exemplo, na economia com a exploração das relações trabalhistas, a coação do Estado diante das cobranças abusivas de impostos, discriminação dos costumes da mulher e sua influência na sociedade, exploração do trabalho infantil entre outros. Na política podemos observar a tendência do totalitarismo em uma tentativa de acabar com a democracia, a exclusão dos cidadãos na tomada de decisões, guerras e lutas armadas pelo poder de nações. Ideologicamente também observamos a implantação de regras rígidas e proibição do livre pensamento subordinando os meios de comunicação ao poder coercitivo do Estado, manipulando a opinião pública e divulgando conceitos de fundo violento e discriminatórios aos direitos humanos solicitados por uma camada rasteira da elite governante.

Nos templos dogmáticos da religião, acompanhamos e somos vítimas também da submissão aos interesses e pretensões eclesiásticas que controlam severamente o pensamento através do sentimento de culpa e do medo, proibindo outras crenças e ameaçando os “incastos” a “fogueira santa”. Na família, temos a submissão da mulher e dos filhos ao patriarcado do homem. Na educação e nas escolas o autoritarismo de professores (as), com muitos casos de punições físicas de crianças e adolescentes e a proibição de programas livres nos currículos educacionais.  Na arte e na cultura, a censura e a exclusão de obras de artes significativas para a questão filosófica do pensamento crítico. O que evidencio aqui é que com todas essas questões, a violência se manifesta nas suas mais diversas formas direta ou indiretamente, implicando assim em danos matérias e ou provocando prejuízos psicológicos/emocionais em toda população.  

A contemporaneidade desestruturou os espaços e cenários mentais da subjetividade que é essencial para a construção sólida do simbolismo humano em todo sistema planetário. Somos violentos e ao mesmo tempo os violentados. Permito-me então a questionar se o ser humano é algo evoluído ou se somos os próprios prisioneiros de nós mesmos. No íntimo, a jornada é sempre a mesma, teremos como destino um paradeiro frio e sem cor, sempre escondidos em uma prisão escurecida. Somos memórias sem filtros, com lentes de um passado remoto que nos coloca em xeque-mate cada dia mais.  O famoso físico e cientista britânico Stephen Hawking já dizia que a humanidade caminha para um movimento de extinção voluntária, se a raça humana ainda pensa em deixar suas sementes, teremos que explorar novas terras se é que haverá tempo necessário para essas descobertas.

Não é que essa tese seja uma negação ao bem estar social ou algo pessimista, mas é que de fato como narraria o filosofo arthur schopenhauer, “Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração”. 

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