Ciência & Tecnologia

O que muda no Motorola Razr 2019

Muita coisa mudou no intervalo de 15 anos entre os dois celulares. V3 vendeu mais de 130 milhões de unidades.

A Motorola anunciou o lançamento do celular Motorola Razr, revivendo o design clássico que marcou época com o Razr V3, em 2004. O celular foi divulgado com o preço de US$ 1.499,99 nos Estados Unidos, cerca de R$ 6.285 em conversão direta. Com o novo aparelho chegando no Brasil no começo de 2020, é interessante analisar o que a tecnologia da telefonia móvel evoluiu nestes 15 anos e quais as principais diferenças entre os modelos.

O novo smartphone traz recursos básicos e bateria abaixo do esperado, mas surpreende pela sua tela flexível que dobra junto com o corpo do aparelho.

Tela e design
Apesar do design ser bem parecido entre os dois produtos, quando o usuário abre o celular dá para perceber a enorme diferença entre eles. Enquanto o Razr V3 era composto com uma tela diminuta TFT e um teclado numérico, o novo Razr traz um display alongado que cobre todo o corpo do aparelho, produzido com a tecnologia de tela flexível.

Visualização de fotos no Motorola Razr — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

O display original tinha apenas 2,2 polegadas de tamanho e resolução de 176x220 pixels. Enquanto isso, o novo Razr traz uma tela tipo POLED com 6,2 polegadas e formato wide. Por outro lado, a Motorola também inseriu um pequeno painel na parte de fora do aparelho, também OLED, de 2,7 polegadas.

Quem viveu aquela época sabe a falta que fazia um teclado completo, pois para digitar textos completos, era preciso usar a tecnologia T9, que tentava prever a palavra que seria escrita ao apertar as teclas númericas na sequência correta das letras.

Câmeras
Apesar de a fotografia não ser o foco do novo aparelho, é inegável a evolução ao compararmos com o modelo original. Na época, não existia a febre das selfies e o seu único sensor fotográfico seguia o padrão VGA, enquanto o smartphone atual possui um sensor de 16 MP (Sony IMX517) na parte externa e outro de 5 megapixels na parte interna.

Motorola Razr possui duas câmera, uma interna e outra externa — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Desempenho e armazenamento
A diferença de desempenho entre eles é bastante significativa, e mostra bem como a tecnologia móvel evoluiu nestes 15 anos. O Motorola Razr V3 original fazia ligações, enviava SMS e tirava fotos. Por outro lado, qualquer smartphone atual navega em alta velocidade na internet, grava vídeos em alta resolução e consegue rodar games em 3D.

Para se ter uma ideia, a capacidade de armazenamento do Razr original era de apenas 5.5 Mb, para guardar fotos, informações de ligações recebidas, contatos limitados até 1 mil e ringtones em MP3. A grande novidade na época era o suporte a vídeos em MP4, mas a memória não permitia salvar quase nada.

O Motorola Razr atual possui 128 GB de espaço interno, um novo padrão para smartphones premium. É difícil mensurar o quanto é possível armazenar em uma memória dessas, mas um usuário comum deve passar toda a vida útil do aparelho sem precisar desinstalar apps para acomodar outros, além de armazenar vários jogos completos, milhares de fotos e centenas de vídeos em alta resolução.

Motorola V3 foi um fenômeno de vendas nos anos 2000 — Foto: Divulgação/Motorola

Bateria
Apesar da bateria de apenas 680 mAh, um aparelho como o Razr V3 seguramente durava mais de um dia se não estivesse com desgaste ou defeito, em função da pouca exigência de processamento, baixo consumo energético e ausência de recursos como Wi-Fi, por exemplo. A tela simples também contribuía para a longevidade.

O Razr de 2019 tem bateria de 2.510 mAh, o que é muito abaixo dos 3.000 ou até 4.000 mAh dos aparelhos atuais. O site da fabricante não informa o tempo de duração aproximado, limitando-se apenas a dizer que é possível recarregar o aparelho em poucos minutos para se ter um uso por horas, por causa do carregador TurboPower.

Recursos do sistema
O novo Razr roda sistema Android 9.0 (Pie) com todos os recursos presentes na plataforma. De acordo com o site oficial da marca, o celular faz uso de inteligência artificial para melhorar a qualidade das fotos, tem continuidade do que está sendo exibido de uma tela para outra quando o aparelho é aberto ou fechado e, ainda por cima, traz processamento de áudio da marca Denon que promete melhorar a qualidade do som nos fones de ouvido.

Já o Razr antigo enviava SMS, e-mail e tinha suporte a viva-voz.

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