Rio de Janeiro - Conheci Nei Lima quando ele trabalhava no jornal ‘O Dia’, na Rua do Riachuelo, 359, no prédio das antigas redações dos jornais ‘O Dia’ e ‘A Notícia’, no Rio de Janeiro.
Participamos juntos do Salão Internacional de Humor da Ilha Grande (RJ) e do Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP). Foram anos de artes e bebedeiras. Fechamos vários botecos na Ilha do Abraão e em Piracicaba.
Sidney Lima, o Nei Lima, nasceu no Hospital Carmela Dutra, no Méier, no Rio de Janeiro, no dia 14 de setembro de 1954. Torcedor fanático do Flamengo, Nei é designer gráfico, ilustrador, cartunista, artista plástico e fotógrafo.
Iniciou a carreira nos anos 80, na Bloch Editores, atuando como arte-finalista. Na editora da família Bloch, chegou a publicar cartuns para a revista Ele & Ela, além de quadrinhos para o gibi ‘Os Trapalhões’, quando ainda assinava seus desenhos como Lima.
Por 10 anos, entre 1987 a 1997, atuou como professor de desenho de propaganda e serigrafia, no Senac, sendo coordenador da área de arte; entre 2003 a 2009, lecionou na Faculdade Pestalozzi, de Niterói, nos curso de Artes Visuais, nas cadeiras de Desenho de Humor e Desenho Geométrico em Perspectiva.

O cartunista publicou nos jornais ‘O Dia’, ‘Marca Campeão’, ‘Meia Hora’, nas revistas ‘MAD’ e ‘Ele & Ela’. Participou, junto com outros 45 cartunistas do livro ‘É Mentira, Chico?’, sob a curadoria do jornalista Rick Goodwin e, em 2016, participou do livro ‘85 Vezes Silvio Santos’, publicação que comemorou o aniversário de 85 anos do apresentador Silvio Santos, com curadoria do cartunista José Alberto Lovetro, o Jal. Nei faz parte, também, do livro “100 Cartunistas Brasileiros” - ainda inédito - escrito por mim, ilustrado por ele e editado pela escritora Sheila Ferreira. As ilustrações do livro são uma mostra do talento de Nei para a caricatura.
O caricaturista completou o ano passado, 50 anos de profissão. Sua trajetória no desenho teve início em 1977, quando ingressou no Senac para estudar com os professores Serpa Coutinho e Jorge Guidacci. Durante este período colaborou com a Editora Ediouro, na criação de passatempos, ilustrações e caricaturas. O artista tem trabalhos de ilustração e criação de capas de livros para várias publicações em revistas de educação, no Brasil e na Alemanha.
Nei Lima é um exímio contador de histórias. Uma de suas histórias: “Como me tornei Nei Lima? No início dos meus rabiscos eu assinava Sidney Lima. Quando comecei a namorar a minha ex-mulher, ela me apresentou à sua mãe, como Sidney e a mãe dela perguntou se poderia me chamar de Ney. Achei legal. Com o tempo, senti a necessidade de criar um nome mais artístico. Então adotei o Lima como nome artístico nos meus primeiros trabalhos. Quando publiquei meus primeiros cartuns na Ele/Ela, já assinava assim e os meus colegas, na Bloch Editores, me chamavam assim: "Lima". Mudei para "Ney", com ipsilone. Um pouco mais tarde resolvi acrescentar o "Lima". Então ficou Nei Lima, sem o ipsilone”.
Outra:
“Durante um de meus períodos na faculdade, onde todos me conheciam como Nei Lima, inclusive alguns professores, fui reprovado em uma matéria por falta. Uma das professoras não sabia que o meu nome era Sidney Lima. Então reprovou o tal "Nei Lima" por não comparecer às suas aulas” - disse.
Uma dele, comigo:
Tempos atrás, eu tentava encontrar a cartunista Márcia Z para colher seu depoimento para um livro que estou escrevendo. Ninguém sabia do seu paradeiro. Todos conheciam a cartunista, mas ninguém sabia por onde andava.
Nei me disse: “eu estive com a Márcia Z, encontrei ela em uma exposição de Humor. Ela estava sendo assediada por um fã. Afastei o importunador e ficamos amigos. Cheguei a desenhar uma historinha em quadrinhos retratando o nosso encontro inusitado. Os desenhos originais foram presenteados a ela. Ela estava muito bonita” - disse.
Eu: Quando foi isso? Recentemente?
Ele: “Nos anos 80”.
Eu: Porra, Nei! Nos anos 80??!!!!
O artista participou de várias exposições de desenhos, fotografias e salões de humor. Foi premiado em vários deles. Em 1982, com uma caricatura do seringueiro e ativista Chico Mendes, foi agraciado com uma Menção Honrosa no 5º Salão Carioca de Humor, realizado na Sala de Cultura Laura Alvim. Recentemente, foi agraciado com uma Menção Honrosa no 16º Salão Internacional de Humor de Caratinga, com uma caricatura do saudoso cartunista Adail, e 3º lugar com a caricatura do cartunista Gual.
Hoje, aposentado, continua desenhando para seu blog na internet.
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