Cidades

Fapemig investe em estudo de espécies com potencial para arborizar áreas urbanas

Pesquisa, com três plantas típicas do cerrado, é desenvolvida por biólogos da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte

A farinha-seca é uma das espécies em estudo, com potencial para arborização urbana (Foto: Tiago Vilas Boas)
A farinha-seca é uma das espécies em estudo, com potencial para arborização urbana (Foto: Tiago Vilas Boas)

Pesquisadores da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte estudam três plantas típicas do cerrado que poderão ser utilizadas na arborização de áreas urbanas.

O estudo, que tem o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), consiste na análise do comportamento das espécies popularmente conhecidas como pau de tucano (Vochysia tucanorum), farinha-seca (Ouratea castaneifolia) e marmelinho do campo ou marmelada (Cordiera sessilis).

Iniciado em junho de 2014, o estudo das três plantas é feito na reserva de cerrado e mata semidecídua da Fundação Zoo-Botânica, onde existem 60 hectares de vegetação nativa.

Segundo a coordenadora da pesquisa, a bióloga Maria Guadalupe Carvalho Fernandes, algumas plantas foram marcadas e são acompanhadas quinzenalmente, utilizando a fenologia - método que permite compreender os fenômenos repetitivos das espécies, ou seja, quando florescem, frutificam, brotam e perdem folhas. 

Critérios de seleção

As espécies foram escolhidas por apresentarem potencial para a arborização urbana. Essa seleção, de acordo com a bióloga Maria Guadalupe, segue critérios como ser tipicamente rústica, de porte mediano, não ter flores e frutos grandes.

A pesquisa deve ser concluída em fevereiro de 2016 e os resultados, além serem publicados em revista científica, poderão ser utilizados na produção de mudas para o reflorestamento de áreas degradadas e pelo próprio viveiro da Fundação Zoo-Botânica, que já cultiva espécies para arborização da cidade de Belo Horizonte.

Renovação de espécies

Maria Guadalupe defende a renovação de espécies na arborização das cidades. Para ela, isso tem importância não apenas paisagística, mas também para a diversificação que ajuda a evitar pragas e doenças.

Além disso, a presença de novas espécies contribui para o fornecimento de alimentos para a fauna e para a educação ambiental, uma vez que aproxima as pessoas das plantas nativas.

Iniciação científica

A FapemIg apoia outros nove projetos de pesquisa desenvolvidos na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, por meio do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).

Segundo o professor Evaldo Vilela, presidente da Fundação, as bolsas são voltadas para o desenvolvimento do pensamento científico e iniciação à pesquisa e servem de instrumento de estímulo para estudantes de graduação. “É importante porque propicia o contato do aluno com o método científico. Dessa forma, tem a oportunidade de trabalhar em projetos e desenvolver um conhecimento novo”, ressalta Vilela.

O presidente da Fapemig destaca o valor de  bolsas como as da Fundação Zoo-Botânica. “Quando um aluno trabalha em projetos como os que são desenvolvidos na Fundação, eles são despertados por meio da curiosidade e esse é o primeiro passo para entrar no mundo da pesquisa científica. Além disso, são estudos que contribuem para o desenvolvimento, aperfeiçoamento e formação do senso crítico do estudante”.

Tiago Vilas Boas, estudante do 6º período de biologia, é um dos bolsistas no projeto que estuda as três espécies que poderão ser utilizadas  na arborização urbana. Tiago considera a participação no projeto importante para a formação dele e para o seu currículo. “Pretendo seguir carreira na área de botânica, então esse projeto de pesquisa ajuda na minha qualificação”, afirma o estudante.

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