Embaixada dos EUA ameaça Alexandre de Moraes em meio a julgamento de Bolsonaro no STF
Postagem oficial cita “medidas cabíveis”; Itamaraty já havia convocado diplomata em agosto por ingerência

Brasília - A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil voltou a ameaçar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tramar um golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Nesta terça-feira (9), em publicação na conta oficial no X (antigo Twitter), a representação diplomática repostou mensagem do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, afirmando:
“Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis.”
A manifestação acontece no mesmo dia em que a Primeira Turma do STF retoma a votação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e aliados.
Histórico de tensões
Em 8 de agosto, a própria embaixada havia classificado Moraes como “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores”, acusando-o de violar direitos humanos. Na ocasião, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios Gabriel Escobar para dar explicações, em gesto oficial de repúdio à ingerência.
O novo post gerou reações imediatas de internautas brasileiros. Defensores de Jair Bolsonaro agradeceram a postura das autoridades norte-americanas, mas a maioria das postagens criticou o que considerou uma interferência indevida em assuntos internos.
Contexto político
As mensagens do governo norte-americano ocorrem sob a gestão do presidente Donald Trump, que iniciou seu segundo mandato em 20 de janeiro de 2025. O subsecretário Darren Beattie, nomeado por Trump, tem intensificado críticas ao Judiciário brasileiro em meio às investigações sobre a tentativa de golpe.
No Brasil, as falas repercutem no ambiente político e diplomático em meio às discussões sobre soberania, separação de Poderes e liberdade de expressão.
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