Senador Carlos Viana impõe restrições à imprensa na CPMI do INSS
Presidente da comissão, que fez carreira no jornalismo em Minas Gerais, ameaça suspender credenciais de repórteres

Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), chamou atenção nesta terça-feira (26) ao anunciar restrições à atuação da imprensa. Viana, que é jornalista de formação e fez carreira na televisão em Minas Gerais antes de ingressar na política, afirmou que credenciais poderão ser suspensas caso repórteres ou veículos publiquem informações pessoais de parlamentares.
“Toda e qualquer informação particular dos parlamentares, seja em telefone celular, seja em computadores, seja em relatórios, está preservada por sigilo de lei… os veículos de comunicação que publicarem informações particulares terão a sua credencial suspensa”, declarou.
A fala gerou críticas imediatas no colegiado. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) reagiu, afirmando que a decisão representa “censura” e anunciou que levará o caso ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP).
“Não se pode criar uma mordaça para o jornalista, nem uma censura para a imprensa que está cobrindo os trabalhos da CPMI”, disse Eliziane.
A postura de Viana é vista como contraditória por colegas, já que o parlamentar foi repórter e apresentador de telejornais em Minas Gerais durante mais de trinta anos, antes de se eleger senador em 2018.
O episódio remete a um caso semelhante na CPMI dos atos de 8 de janeiro, quando restrições à cobertura jornalística foram contestadas no Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a medida desproporcional.
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