Economia

Mercado reduz projeção da inflação para 2025, mas índice segue acima da meta do BC

Boletim Focus prevê IPCA de 4,85% este ano; Selic deve encerrar em 15%

Tânia Rêgo/ABR. 

Brasília - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — caiu de 4,86% para 4,85% este ano, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (1º). Esta é a décima quarta redução seguida nas estimativas.

Para os próximos anos, a expectativa também recuou: em 2026, a projeção passou de 4,33% para 4,31%. Para 2027 e 2028, o mercado prevê taxas de 3,94% e 3,8%, respectivamente.

Mesmo com a revisão, a estimativa de 2025 segue acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o limite superior é de 4,5%.

Em julho, a inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 0,26%, pressionada pela alta na conta de energia. Foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços dos alimentos. No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 5,23%, acima do teto da meta.

Juros básicos

Para conter a inflação, o principal instrumento do BC é a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado interrompeu, em julho, o ciclo de aumentos após sete altas consecutivas.

O Copom informou que a política comercial dos Estados Unidos aumentou as incertezas sobre preços globais e manteve aberta a possibilidade de elevar a Selic novamente, caso seja necessário.

Segundo projeções do mercado, a taxa básica deve encerrar 2025 em 15%. Para os anos seguintes, as previsões são de 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

PIB e câmbio

A estimativa para o crescimento da economia em 2025 subiu levemente de 2,18% para 2,19%. Para 2026, a expectativa é de avanço de 1,87%, enquanto para 2027 e 2028 as previsões são de 1,89% e 2%, respectivamente.

No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4%, puxado pela agropecuária. Em 2024, a expansão foi de 3,4%, a maior desde 2021, quando o índice chegou a 4,8%.

Já a previsão para a cotação do dólar no fim de 2025 está em R$ 5,56. Para 2026, a estimativa é de R$ 5,62.

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