Bolsonaro terá de usar tornozeleira e está proibido de usar redes sociais, determina STF
Polícia Federal cumpre mandados na casa do ex-presidente; medidas incluem recolhimento noturno e proibição de contatos com aliados

Brasília - A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira (18) dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como parte de uma nova fase de investigações autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação resultou na imposição de medidas cautelares severas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Bolsonaro foi conduzido à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal para o cumprimento da ordem judicial. Ele agora está obrigado a permanecer em casa entre 19h e 7h, não pode deixar a comarca do Distrito Federal, está proibido de manter contato com outros investigados no caso e tampouco poderá conversar com embaixadores ou diplomatas estrangeiros.
A decisão ainda impõe o veto ao uso de redes sociais por Bolsonaro, que teve seu passaporte apreendido em fevereiro de 2024.
A operação foi autorizada no âmbito da Petição (PET) nº 14129 do STF. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que cumpre “medidas cautelares diversas da prisão” e confirmou que os alvos dos mandados são relacionados ao ex-presidente.
Defesa e reações
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ter recebido "com surpresa e indignação" a imposição das medidas, alegando que o ex-presidente “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. Os advogados disseram que se manifestarão após ter acesso completo à decisão.
A medida também provocou reações políticas. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, usou as redes sociais para lamentar o que chamou de "exagero judicial". Já o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou em nota que o partido vê a operação com “estranheza e repúdio”, destacando que Bolsonaro “sempre esteve à disposição das autoridades”.
Investigação em curso
O STF ainda não divulgou o teor completo da decisão que impôs as novas restrições. No entanto, a medida é parte do avanço nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, que resultou em uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta semana, pedindo a condenação de Bolsonaro e de outros sete envolvidos no núcleo do suposto plano golpista.
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