Saúde

Chuvas aumentam o risco de micose, alerta Secretaria de Estado de Saúde

Infecção é causada por fungos que atingem a pele, unhas e couro cabeludo. Especialistas explicam como prevenir

Pés úmidos e contato com solo contaminado podem provocar a doença (Foto: Divulgação)
Pés úmidos e contato com solo contaminado podem provocar a doença (Foto: Divulgação)

Mesmo sendo um fenômeno natural tão importante para manter o ciclo da vida no nosso planeta, as chuvas também trazem consigo o clima úmido, momento em que as pessoas tendem a ficar com os pés e as roupas molhadas. Por causa desse tempo, é importante ficar atento a uma doença comum no período de chuvas: a micose.

A micose é uma infecção causada por fungos que atingem a pele, as unhas, o couro cabeludo, mas que raramente pode acometer órgãos internos, e é transmitida pelo contato com o solo contaminado pelos fungos, por animais e pessoas com a doença.

“No período chuvoso são frequentes as micoses em áreas de dobras de pele, como as axilas e virilhas e nos pés, as chamadas frieiras, devido ao calor e maior umidade nestes locais e ao uso dos sapatos molhados e contaminados pelas águas de chuva, que ficam em contato com o solo também contaminado”, explica a médica dermatologista da Secretaria de Estado de Saúde, Maria Aparecida de Faria Grossi.

Além da umidade, existem alguns fatores que facilitam o desenvolvimento desta doença, como a predisposição genética, a pele oleosa, a umidade excessiva e o uso de antibióticos e de medicamentos imunossupressores.

De acordo com Maria Aparecida, a micose que se instala nos dedos dos pés, também chamada de “frieira” ou “pé de atleta”, é caracterizada pela presença de escamação e coceira entre os dedos, na região plantar e lateral dos pés, podendo surgir também, maceração brancacenta, vesículas e bolhas. “A infecção pode afetar um ou ambos os pés e pode se espalhar para as unhas, que ficam descoloridas, grossas e quebradiças”, esclarece.

Sintomas e tratamento

As micoses podem ser assintomáticas, mas algumas vezes apresentam prurido, leve ou intenso. As lesões cutâneas podem se apresentar como manchas claras, escuras ou avermelhadas com descamação, podendo ocorrer ainda queda do cabelo e alterações de coloração e espessamento das unhas. Maria Aparecida explica que o tratamento da micose vai depender da sua localização, se o estágio é superficial ou profundo, e deve ser sempre diagnosticada e tratada pelo médico, evitando a automedicação.

No tratamento, são utilizadas medicações tópicas como cremes, loções, esmaltes, talco, pó ou, nos casos mais extensos, os remédios são ministrados por via oral. O tempo de tratamento também varia de acordo com a localização e extensão da doença, podendo levar algumas semanas ou até meses. No caso de micoses do couro cabeludo e das unhas, esse tempo pode ser ainda maior.

A dermatologista destaca ser fundamental não interromper o tratamento antes do tempo determinado pelo médico, mesmo quando houver a melhora dos sintomas, pois os fungos podem resistir por mais tempo nas camadas mais profundas da pele. Vale lembrar que a pele e o pelo dos animais de estimação, especialmente cães e gatos, devem ser observados e a qualquer alteração como descamação ou falhas no pelo, os bichinhos devem ser levados ao veterinário.

Como prevenir a umidade nas dobras do corpo:

- Evitar ficar com roupas molhadas por muito tempo.

- Evitar roupas quentes e justas.

- Dar preferência para as roupas de algodão.

- Não andar descalço.

- Usar luvas e botas em contato com a água de chuva ou lama.

- Trocar meias e calçados com maior frequência.

- Deixar os calçados expostos à luz solar e “arejando” por um a dois dias.

- Não usar roupas e objetos de outras pessoas.

Se o paciente estiver apresentado um dos sintomas, deve procurar os serviços de atenção primária, especialmente as Equipes de Saúde da Família para uma consulta médica. Ele deve buscar ajuda logo no início dos sintomas ou após contato com águas de chuvas ou lamas, para a prevenção e tratamento das micoses e de outras doenças oriundas do contato com águas contaminadas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.

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