Política

Dilma discursa após resultado e diz que não vê divisão no país

Dilma acena para militantes em hotel de Brasília onde fez o discurso da vitória (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Dilma acena para militantes em hotel de Brasília onde fez o discurso da vitória (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse em seu primeiro pronunciamento neste domingo (26) não acreditar que a acirrada disputa eleitoral, que foi decidida por uma diferença de 3.459.963 de votos, tenha “dividido” o país. A petista ressaltou em seu primeiro discurso depois de reeleita que quer fazer um governo do diálogo, que está mais madura e que vai trabalhar para ser uma presidente "melhor" no segundo mandato.

“Não acredito que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Creio que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor”, declarou a presidente. Ela conclamou ainda a todos os brasileiros para uma união em favor do país.

Dilma venceu no segundo turno o candidato do PSDB, Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e senador da república. O resultado foi confirmado às 20h27min53, quando mais de 98% das urnas estavam apuradas, sem possibilidade matemática de virada.

A totalização dos votos só foi concluída por volta de 0h15. A petista teve 54.501.118 votos (51,64%) contra 51.041.155 votos (48,36%) do tucano Aécio Neves.

Aécio venceu no Sul e Centro Oeste e em dois estados do Sudeste (São Paulo e Espírito Santo) enquanto Dilma venceu em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Norte e Nordeste, com exceção do Acre e Roraima, onde o tucano foi o mais votado.

Depois de uma campanha muito disputada em um confronto direto entre PT e PSDB a presidente Dilma disse que quer governar o país de uma forma bem democrática e pacífica e disse que quer uma agenda de diálogo com todos os setores da sociedade para buscar soluções para os principais problemas do país. A presidente disse também que algumas ações já entrarão em pauta ainda este ano, que não vai esperar o novo governo para tomar algumas medidas.

 "Minhas primeiras palavras são, portanto, de chamamento e união. Democracia madura e união não significam necessariamente unidade de ideias nem ação monolítica conjunta, mas, em primeiro lugar, disposição para o diálogo. Esta presidente aqui está disposta ao diálogo", enfatizou.

Em seu discurso, a presidente mandou também um recado para o mercado financeiro, que se manteve instável nos últimos meses devido às oscilações na campanha eleitoral, especialmente nos momentos em que a petista crescia nas pesquisas.

Segundo a presidente reeleita, ela promoverá, “com urgência", ações localizadas na economia para retomar o ritmo de crescimento do país e garantir níveis altos de emprego com valorização dos salários. Dilma destacou ainda que seguirá combatendo “com rigor” a inflação e que pretende avançar no terreno da responsabilidade fiscal.

Ela fez questão de ressaltar que vai estimular o diálogo e a parceria com todas as forças produtivas do país. “Mais do que nunca, é hora de cada um e todos nós acreditarmos no Brasil, ampliarmos nosso sentimento de fé nessa nação incrível a que nós temos o privilégio de pertencer e a responsabilidade de fazê-la cada vez mais próspera e mais justa.”

Reforma política
A presidente disse que vai colocar em pauta várias demandas do país, com prioridade para a reforma política. “Entre as reformas, a primeira e mais importante é a reforma política. Quero discutir esse tema profundamente com o Congresso e a população”, disse.

E sobre as constantes denúncias de corrupção a presidente disse que vai combate-lá com toda a sua energia. “Terei o compromisso rigoroso com o combate à corrupção, propondo mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade”, disse.

A presidente também reafirmou em seu discurso que irá continuar investindo pesado na educação, uma das suas principais metas para o novo governo. Disse também que terá cuidado todo especial com as mulheres, jovens e negros deste país e que vai governar para todos os brasileiros.

Dilma citou o ex-presidente Lula chamado-o de presidente e disse que ele é um incansável defensor da classe menos favorecida deste país. Quando a presidente citou Lula a militância do PT explodiu em barulhos e aplausos, demonstrando um imenso carinho ao ex-presidente.

Estavam também no palanque os presidentes dos partidos que compuseram a sua coligação e o vice-presidente Michel Temer acompanhado de sua esposa Marcela.

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